Samsung busca rentabilização por anúncios em Smart TV
Samsung tem realizado incursões na rentabilização de seus negócios no segmento de TVs através da divulgação de publicidade no app de seu dispositivo de alta definição – Smart TV. As tentativas são constantes, mas 2016 foi marcado por um posicionamento mais incisivo, com foco na geração de receitas, enquanto consumidores sinalizam descontentamento.
Em março de 2016, Wall Street Jornal informou que a empresa estava preparando expansão de seu aplicativo com anúncios para o território europeu, tal como havia realizado nos Estados Unidos há 9 meses. Com a atualização do app são demonstrados anúncios interativos nas barras de menus dos Smart TVs da Samsung. Com a possibilidade de enviar atualizações através de conexões com a internet, todos os televisores receberiam a nova atualização do aplicativo, portanto, a novidade não ficaria restrita aos modelos mais antigos de televisores.
E foi o que ocorreu no final de dezembro, sem muita explanação, conforme relatado pelo site AdAge. Os anúncios ficam nos cantos do menu, ocupando espaço restrito, mas se acionados expandem em até três quartos da tela – variando conforme formato comercializado para a campanha. Como contrapartida, para esse avanço publicitário indesejado, os consumidores terão a possibilidade de escolher os temas pelos quais gostariam de ser impactados no anúncio, afirma porta-voz da empresa.
No entanto, esse benefício pode ser compreendido como mais uma informação para o volumoso banco de dados da gigante de tecnologia. Através das Smart TVs, Samsung poderá realizar segmentações de público-alvo e comercializar formatos de anúncios mais eficazes, para público com interesses específicos – similar ao que ocorre com as mídias segmentadas (Canais de TV por Assinatura, redes sociais, etc). No entanto, o intermediário será um fabricante de dispositivo que precisará manter uma boa relação com os veículos produtores de conteúdo.
Apesar de haver a possibilidade de alterar a configuração de privacidade para evitar a interferência dos anúncios, o procedimento não é tão simples. Além da imbrincada relação com o mercado de comunicação, a empresa ainda precisará enfrentar o descontentamento dos clientes. Um risco muito grande de gerar ruídos desagradáveis e prejuízo para a imagem da marca. De todo modo, Samsung não está sozinha. Empresas como LG e Panasonic também realizam testes para tornar o negócio da TV em alta definição mais rentável.
A grande questão é que, no momento em que os players atuantes na internet, inclusive Google e anunciantes de peso, discutem como a publicidade online possa se tornar menos invasiva e mais criativa, anúncios em TVs de alta definição chegam utilizando os formatos tradicionais (pop-ups, banners, etc). A reação das empresas ocorre num momento em que há significativo crescimento de usuários de adblocks – veja a matéria “aliados ou inimigos?”. Ou seja, de modo geral, o internauta prefere não ser incomodado com esses formatos e está dando claras evidências disso. Ao transferir estes formatos da tela do computador e do celular, para a TV, a comportamento de recepção seria diferente? Difícil de acreditar. A conferir o futuro dos anúncios nas Smart TVs.