O Consumidor brasileiro: retrato de 20 anos destaca tendências para marcas e principais pontos de contato
O consumidor brasileiro passou por diversas mudanças nos hábitos comportamentais e de compra. As alterações refletem na forma de comunicar, se conectar pelos pontos de contato e ofertar produtos ou serviços. O estudo Target Group Index, da kantar Ibope Media, aponta as principais tendências.
O retrato do consumo brasileiro acompanha o contexto socioeconômico do país. Nesse contexto, conveniência, sustentabilidade e tecnologia adquirem destaque. Enquanto configuram as tendências para o varejo, esses três tópicos também redefinem as melhores formas de comunicar, fortalecer marcas e projetar novos produtos por meio dos pontos de contato com o consumidor.
De acordo com o estudo o Target Group Index, da kantar Ibope Media. Os consumidores brasileiros estão cada vez mais críticos e exigentes – 68% esperam que as empresas os ajudem a serem responsáveis com o meio ambiente.
As pessoas também estão vivendo mais e buscando viver melhor. Houve uma mudança na configuração das famílias que, hoje, mostra um aumento no número de casais sem filhos e de casais mais maduros, ao mesmo passo em que também aparecem mais pessoas solteiras e uma queda no número de famílias com filhos. Fatores que impactam na configuração da nossa sociedade, que está se tornando mais velha.
Em duas décadas foi possível identificar as características, preferências e hábitos de milhões de consumidores brasileiros e, consequentemente, acompanhar todas as mudanças também.
Ao olhar para a evolução do Target Group Index no Brasil é possível identificar alguns pontos no perfil dos consumidores e na própria sociedade que podem nos apontar tendências para o futuro. A seguir os principais destaques:
- Valorizar experiências e não objetos é outra tendência que devemos ver ainda mais forte num futuro próximo. Nos últimos anos, o número de pessoas que pretendem comprar um carro ou um imóvel diminuiu drasticamente. Em 2003, os que pretendiam comprar um carro novo somavam 36%, enquanto em 2019 representam apenas 19%. Entre os brasileiros que pretendem comprar imóveis, em 2001 eram 24% ante 7% em 2019.
- A comodidade é um dos quesitos mais buscados na hora de escolher o que comprar. 66% dos respondentes afirmam: “gosto de produtos que facilitem o meu dia a dia”.
- Enquanto em 2000 apenas 0,93% declararam realizar algum tipo de compra online em um mês, em 2019 o número saltou para 16%.
- Para as compras online, a categoria Vestuário é a preferida, 26% dos compradores online adquirem produtos nesta categoria. Na sequência aparecem Cosméticos e Produtos de Beleza (20%), Livros (18%) e Telefones ou Acessórios para Celulares (16%).
- Entre os que usam a rede para planejar as compras, em 2014 somavam 14% dos respondentes. Em 2019, já são 37%. Para ajudar na decisão, 47% deste público busca informações entre os influenciadores digitais e 58% por meio de notícias em portais.
- Para 44%, a qualidade do contato humano melhorou graças à tecnologia, ao mesmo tempo em que uma parcela das pessoas ainda não se sente confortável com ela, e 28% acreditam que os computadores são confusos e que nunca irão se acostumar com eles.
- O sistema bancário se mantém como um forte aliado neste cenário. Em 2001, 64% declararam possuir serviços bancários e 31% eram portadores de cartão de crédito. Em 2019, os correntistas já somam 76% e os que possuem cartão são 46%.
- Houve queda na identidade religiosa. Em 2003, 86% declararam que “minha fé é muito importante”, em 2019, são 72%. Já entre os que disseram seguir uma religião, em 2003 somavam 87% e em 2019 são 77%.
- O consumidor brasileiro quer cuidar mais da saúde. Ainda que o número de obesos tenha subido (de 36% em 2007 para 47% em 2019), 65% afirmaram pagar qualquer preço pela saúde. E mais uma vez a tecnologia influencia nessa escolha: a intenção de comprar um smartwatch ou uma pulseira fitness nos próximos meses é uma realidade para 22%, enquanto 8% afirmaram já possuir um desses gadgets.