THE SPANISH PRINCESS
The Spanish Princess, Catarina de Aragão (Charlotte Hope), a princesa da Espanha, chega à Inglaterra para selar sua união com o príncipe Artur, a quem está prometida desde pequena.
Tudo se complica quando seu marido morre inesperadamente, e Catarina se vê em meio a uma acirrada disputa pelo trono.
Determinada a manter seus poderes, ela agora precisa se casar com o duque Harry (Ruairi O’Connor), que, um dia, vai governar o país sob o título de Henrique VIII.
Desde 2019 / 60min / Drama, Histórico
Direção: Emma Frost, Matthew Graham
Elenco: Charlotte Hope, Ruairi O’Connor, Alicia Borrachero
Nacionalidades EUA, Reino Unido
Canal original Starz
CHARLOTTE HOPE INTERPRETA CATARINA DE ARAGÃO PELA SEGUNDA VEZ
Todo mundo já ouviu falar nas seis esposas de Henrique VIII. Isso até já virou série de TV antes.
Mas a história sempre é contada a partir da perspectiva dele, já que os homens dominaram a história.
Estamos no século XXI, está na hora de mudar isso. Pelo menos, esse é o objetivo de The Spanish Princess, cuja segunda temporada é a principal aposta da plataforma Starzplay em outubro.
No retorno da série, a espanhola Catarina de Aragão (Charlotte Hope) ascende ao trono britânico, ao lado do novo marido, seu antigo cunhado Henrique VIII (Ruairi O’Connor).
Mas existe história para contar antes de seu polêmico divórcio e o surgimento de Ana Bolena.
O casal reinou uma Inglaterra poderosa, sem medo de enfrentar guerras — inclusive, a própria rainha vai até o campo de batalhas, grávida, de armadura e tudo. Porém, é justamente sua dificuldade em gerar um filho que coloca sua posição em risco.
O AdoroCinema conversou com Charlotte Hope, que já está se tornando uma especialista em produções de época, após sua participação no fenômeno Game of Thrones.
Para ela, é fascinante o interesse da sociedade moderna por suas gerações anteriores. Principalmente se for para abordar tópicos que precisam de mais atenção na mídia.
No caso, falar sobre os cinco abortos que Catherine sofreu antes de dar luz à uma menina, Mary
“Catarina passa por coisas que nós sentimos, como amor, luto, desespero… Só que no contexto de reis e rainhas, os riscos são maiores.
É a história de uma mulher, tanto quanto é a história de uma rainha. É possível reconhecer tanto da condição humana nela.
É a história de uma mulher que perde seus filhos. É uma história de luto e de como ela supera isso, a cada vez. Isso é algo importante, pois ninguém fala sobre abortos, ou as dificuldades de uma gravidez.”
THE SPANISH PRINCESS FOCA EM COMPLEXAS PERSONAGENS FEMININAS
Porém, o texto de Emma Frost (The White Queen, The White Princess) e Matthew Graham (Doctor Who) faz questão de mostrar o empoderamento de Catarina, sem transformá-la numa vítima.
“Ela era derrubada pela vida, mas seguia lutando, até o fim. Até mesmo em seu relacionamento com Henrique”, conta Charlotte.
Por sua vez, a estrela confessou ter um prazer secreto em ver relacionamentos se despedaçando nas telas, então estava animada para filmar a segunda temporada:
“Mesmo no final, ela ainda o ama. Pode não conhecê-lo tão bem, nem gostar mais dele, porém ainda o carrega no coração.”
Outro relacionamento tão importante quanto esse? A conexão entre Catarina e Lina (Stephanie Levi-John), sua dama de companhia.
Enquanto a rainha perde filhos, ela fica frustrada ao ver que sua aliada consegue construir uma família. “[Emma e Matthew] escreveram uma amizade feminina complexa, com falhas.
Elas são quase como irmãs, mas é uma relação difícil. E isso parece ser tão honesto.
Sempre descrevem a amizade entre mulheres em extremos, como melhores amigas ou grandes inimigas, mas Catherine e Lina são as duas coisas ao mesmo tempo.”
CHEGOU A HORA DE CATARINA DE ARAGÃO CONTAR O SEU LADO DA HISTÓRIA
No final das contas, The Spanish Princess segue se destacando, não apenas pela diversidade em seu elenco, mas também pela visão feminista de uma figura icônica, ocupando seu próprio posto de narradora em diversas mídias.
A própria série é baseada na saga de livros de Philippa Gregory. Já um recente musical britânico que chegou á Broadway é Six, apresentando as jornadas as esposas de Henrique VIII, através de canções pop. E por aí vai…
È a mulher finalmente ganhando a posição de contadora de histórias. E isso não vai mudar tão cedo, para o choro dos machistas.
“Eu vi a história de Henrique VIII ser muito bem contada, da perspectiva masculina. Mas inverter essa narrativa, me fez aprender coisas que eu não sabia.
Estou descobrindo sobre uma época que eu achei já conhecer. Existe muito mais na história de Catarina além de seu divórcio.
Não somente é importante contar histórias de mulheres e histórias de diversidades, como elas também são muito interessantes”, declara Hope. E certíssima, ela está.