FILME XXX 2 ESTADO DE EMERGÊNCIA
Filme XXX 2 Estado de Emergência, o Presidente dos Estados Unidos está sob a ameaça de um atentado à sua vida, organizado por um grupo de dissidentes radicais engajados no próprio governo do país.
Após sobreviver a um atentado ao quartel-general da Agência de Segurança Nacional, Augustus Gibbons (Samuel L. Jackson) precisa novamente encontrar um pária que possa ajudá-lo.
O escolhido é Darius Stone (Ice Cube), um condecorado soldado de Operações Especiais que está atualmente em uma prisão militar, sob pesada vigilância.
Após ser solto, o novo agente Triplo X precisa se infiltrar para identificar os rebeldes, sendo esta a única chance de se evitar que o país sofra um golpe de estado.
- Lançamento: 29 de abril de 2005 No cinema / 1h 41min / Espionagem, Ação, Aventura
- Direção: Lee Tamahori
- Roteiro: Simon Kinberg, Rich Wilkes
- Elenco: Ice Cube, Michael Roof, Scott Speedman
- Título original: xXx 2: State of the Union
Crítica e Sinopse – Filme XXX 2 Estado de Emergência
Não que xXx (2002) seja um grande acerto, mas xXx 2: Estado de Emergência consegue a façanha de ser simultaneamente melhor dirigido e, ainda assim, menos interessante.
Repleto de cenas de ação que se tornam gradualmente mais absurdas conforme a duração avança para o desfecho, o filme acaba esquecendo de criar um contraponto de contraste, ou seja, como nada na trama é realmente plausível, acaba que as boas e inusitadas ideias do projeto, como a troca de tiros entre dois tanques de guerra, chegam a um espectador que já se encontra anestesiado.
Ambientado logo após o último longa, o roteiro, o primeiro escrito para o cinema pelo irregular Simon Kinberg (do ótimo X-Men: Dias de um Futuro Esquecido, 2014, e do péssimo Quarteto Fantástico, 2015), acompanha os esforços do agente Gibbons (Samuel L. Jackson), líder de uma força tarefa secreta dos EUA, para encontrar um novo homem para o cargo de agente xXx – que seria um equivalente ao 007 estadunidense.
Uma vez que a base da operação é atacada, Gibbons precisa recrutar o rebelde Darius Stone (Ice Cube) para descobrir quem está por trás de um plano para desestabilizar o governo dos Estados Unidos.
Não demora, porém, para que descubram que tudo deságua no Secretário de Defesa do país, o General Deckert (Willem Dafoe).
Logo, a principal virtude de xXx 2 reside nesse trio de atores, que abraçam a canastrice do projeto e o ajudam a soar, veja só, menos absurdo.
E se Jackson já se tornou especialista em viver tipos caricatos com a seriedade correta para fazê-los sempre soarem ameaçadores, Ice Cube se revela menos um herói de ação do que um competente ator cômico – e seu passado no grupo N.W.A. (Niggers With Attitude) não é esquecido, com Kinberg permitindo que o personagem critique o abuso de violência policial e o racismo velado das instituições, o que é um tópico surpreendente de se ver surgindo entre o bote que pousa sobre um carro, explodindo-o, e o helicóptero que surge milagrosamente para resgatar um personagem pulando entre dois prédios.
Mas é Willem Dafoe quem mais se diverte com seu papel. Vivendo o vilão de forma contida a ponto de fazer falas como “acidentes podem acontecer com qualquer um” soarem realmente ameaçadoras, o ator e sua habitual frieza fazem um bom contraponto ao protagonista, que apesar das carrancas, jamais consegue deixar de soar carismático.
Ainda assim, é inegável que tanto heróis quanto algozes parecem estúpidos com seus elaborados planos que nem eles mesmos parecem levar a sério.
Deckert, por exemplo, decide atirar em um refém só depois que ele sai de seu alcance, mesmo que antes tivesse passado vários minutos sob sua mira.
Já Darius falha em reconhecer uma armadilha óbvia, enquanto as próprias agências de inteligência do governo desentendem a sua principal função e guardam diversas informações sigilosas em um único HD que pode ser acessado somente por uma pessoa.
Mas talvez isso seja exigir demais de um filme em que um carro sem pneus consegue se engatar num trilho e perseguir um trem-bala.
Afinal, é sobre isso que xXx 2 é: um amontoado implausível de situações que, por não terem um comparativo, ou seja, um ou outro momento mais pé no chão, acaba soando aborrecido por jamais abrir para um respiro.
E quando os heróis enxergam como um bom plano para entrar no Capitólio, em Washington, explodir com um tanque uma das paredes, ao invés de usarem a porta, nem sequer sorrimos com o divertido absurdo, mas apenas bocejamos com a mais nova invencionice do projeto.