Filme Um Tio Quase Perfeito 2
Filme Um Tio Quase Perfeito 2, longe da vida de trambiques e vivendo em harmonia com sua família, Tony (Marcus Majella) reina soberano no coração de seus sobrinhos.
Porém, quando sua irmã começa a namorar Beto (Danton Mello), um homem aparentemente exemplar, ele corre o risco de perder a atenção dos pequenos.
Determinado a acabar com a “concorrência”, Tony vai fazer de tudo para que Beto não entre oficialmente para a família.
SINOPSE E CRÍTICA
Tio Tony reina soberano no coração dos sobrinhos. Ele parece ter se regenerado da vida de trambiques e vive em harmonia com a família até a chegada de Beto, sujeito que rouba o coração da irmã, Ângela, e, de quebra, encanta os pequenos.
Com ciúmes do intruso, Tony vai armar planos mirabolantes envolvendo os sobrinhos para tentar provar que o futuro cunhado não vale nada.
A previsibilidade não é necessariamente um pecado. Isso, desde que a adesão a convenções e cânones seja feita de modo voluntário/consciente, fundamentada numa intenção.
Pequenas subversões que colocam em dúvida o cumprimento de protocolos também são bem-vindas.
O problema é quando, em prol de um suposto descompromisso, os lugares-comuns são propostos/dispostos como subterfúgios adequados.
A premissa de Um Tio Quase Perfeito 2 anuncia Tony (Marcus Majella) enciumado por conta da simpatia dos sobrinhos pelo futuro padrasto, Beto (Danton Mello).
Tão logo o protagonista comece a meter os pés pelas mãos, motivado pela inveja, a gente já consegue antever a sequência dos acontecimentos.
Filme Um Tio Quase Perfeito 2
O acúmulo de planos de sabotagem; as ações movidas pela cegueira da insegurança; o instante de crise atingindo o ápice com imbróglios aparentemente insolúveis; e o clímax conciliador que desata todos os nós quase como num passe de mágica.
O diretor Pedro Antônio não se desvia um milímetro desse percurso, então, sustentado pelo que tem de manjado.
Nesse tipo de filme calcado em aprendizados e morais posteriores a percursos, geralmente certos e errados são demarcados e seus andamentos impermeáveis a ambiguidades.
Um Tio Quase Perfeito 2 abre pouquíssimos espaços de exceção a essa forma de construir a história, deixando evidentes as passagens positivas e negativas, nem bem cutucando aquelas áreas cinzentas em que as pessoas agem de acordo com impulsos instantâneos que não as representam.
Filme Um Tio Quase Perfeito 2
Tudo é muito facilitado nesse longa que passa longe, inclusive, de desenhar com consistência os arrependimentos do antes unânime parente.
Tony faz coisas abomináveis com o seu antagonista, demonstrando uma personalidade revanchista diante da ameaça de ser descanteado.
O boicote ao empreendimento alheio e a capacidade de brincar com os sentimentos da irmã, desde que isso signifique levar vantagem numa disputa mesquinha, estão nesse pacote que deixa o personagem a mercê de um julgamento de conduta.
Sob pressão, Tony lança mão de estratégias vis, distante do meramente despeitado e implicante.
Mas, Pedro Antônio simplifica consequências de atitudes complicadas.
Demonstrando condescendência enorme com o protagonista, ele (e o todo) chega à conclusão de que se Tony agiu impensadamente, logo merece ser perdoado.
O diretor nem sequer aborda uma contradição da figura construída com histrionismo por Marcus Majella, talvez porque não a tenha notado.
O tiozão mais bacana das redondezas acusa Beto de “comprar” o afeto das crianças com a infraestrutura da casa e outras coisas que o dinheiro garante.
Filme Um Tio Quase Perfeito 2
Porém, é exatamente com uma barganha que ele consegue mudar os humores dos sobrinhos quando estes estão irredutíveis, oferecendo o cumprimento de um desejo a cada um para que as rusgas sejam esquecidas.
Filme Um Tio Quase Perfeito 2 deixa bastante a desejar, inclusive no quesito entretenimento leve, justamente porque passa boa parte de seu tempo enfiado num conflito que emperra até o potencial cômico.
A estrutura episódica também não ajuda no desenvolvimento desse conjunto que afugenta os vários obstáculos de modo cômodo.