FILME PROJETO GEMINI
Assista ao filme Projeto Gemini, no filme Henry Brogan (Will Smith) é o melhor assassino profissional do mundo, com uma taxa de sucesso maior do que de qualquer outro, mas, quando decide se aposentar, acaba se tornando um alvo da Agência de Inteligência de Defesa dos Estados Unidos, para quem trabalhava anteriormente.
Enquanto luta para se manter vivo, ele se depara com um clone de si mesmo e descobre que as ações do governo americano são para esconder um grande segredo, que só Brogan, com toda sua experiência, é capaz de desmascarar.
Data de lançamento:10 de outubro de 2019 (1h 57min)
Direção: Ang Lee
Elenco: Will Smith, Mary Elizabeth Winstead, Clive Owen mais
Gêneros: Ação, Ficção científica
Nacionalidades: EUA, China
LINK DO FILME: PROJETO GEMINI
SINOPSE E CRÍTICA
O melhor assassino do mundo está ficando velho e menos confiável. Por isso, seus chefes decidem criar um clone mais novo e mais forte dele próprio, que terá como primeira tarefa justamente exterminá-lo.
A partir de agora, o veterano mercenário será caçado por uma inteligência tão primorosa quanto a sua.
Quem diria que veríamos o dia em que Will Smith ficaria devendo a Jean-Claude Van Damme? Sim, pois não se engane:
o diretor pode ter dois Oscars na estante de casa e os efeitos especiais serem alardeados como de última geração, mas esse Projeto Gemini nada mais é do que uma releitura – bastante rasteira, aliás – de Duplo Impacto (1991), um dos maiores sucessos do astro belga.
Tudo bem que antes eram irmãos gêmeos, e agora se tratam de clones, mas essa não chega a ser uma diferença tão grande. Afinal, o esquema básico é exatamente o mesmo: primeiro estranhos, começam se enfrentando, para logo em seguida se darem conta de que estão no mesmo lado da ação e unirem forças.
Lembra a trama de outro título recente – Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016) – que também seguia os mesmos preceitos.
A dúvida, portanto, é: no meio de toda essa mistura, há algo de novo que justifique a atenção? De forma alguma.
Pra começar, o próprio argumento do clone desconhecido não é novo – o Homem-Aranha vive com essa dor de cabeça nos quadrinhos há anos, um dos capítulos de Star Warsleva esse conflito até no nome (Star Wars: Episódio II – Ataque dos Clones, 2002), e essa questão está no cerne dos acontecimentos de longas diversos, da aventura Logan (2017) ao melodramático Não Me Abandone Jamais (2010), passando por clássicos do gênero, como Blade Runner: O Caçador de Andróides (1982) a Alien: A Ressurreição (1997), entre tantos outros.
Ou seja, a partir do momento em que é tomada a decisão de voltar a esse universo, seria bom se garantir em trazer algo de novo para agregar à discussão.
E apesar dos que os trailers e toda a campanha de marketing tenha tentado vender, o que Ang Lee tenta com Projeto Gemini é levantar uma discussão mais filosófica e menos física.
Ou seja, está mais para Razão e Sensibilidade (1995) e menos para Hulk (2003). Se é que isso é possível dentro do contexto proposto.
Se não, vejamos. Henry Brogan é um assassino profissional. Mas não um qualquer: o melhor do ramo, como todos ao seu redor não se cansam de repetir.
Ele pode matar cientistas e eliminar inimigos à queima roupa, mas como tem o rosto de Will Smith, que mesmo quando interpreta um bandido faz isso da maneira mais simpática possível (Esquadrão Suicida, 2016), rapidamente o personagem traz à tona uma crise de consciência, que o leva a manifestar o desejo de se aposentar.
Seus chefes, no entanto, não aceitam as boas novas com tranquilidade, e para evitar maiores dores de cabeça, decidem eliminá-lo – que fique claro que em nenhum momento é dito o porquê de o quererem morto, além de uma simples contrariedade aos seus anseios e frases soltas, como “ele pode saber demais”.
Só que, como já foi dito, igual a ele não existe. Quer dizer, até tem, sim. Mas é mais do que parecido. É o próprio. Um clone, que compartilha o mesmo DNA, uma encomenda programada 25 anos (precaução é tudo por aqui, pelo jeito) antes, é enviada ao seu encalço, tendo como única missão assassiná-lo.
Acontece que, assim que se encontram, Henry percebe de imediato que há algo de errado. Júnior – sua versão mais jovem – é um pouco mais lento, mas também será confrontado com a novidade.
Eles até partem para o confronto – em apenas duas sequências, uma perseguição de motocicletas com efeitos tão artificiais que evocam lembranças dos albinos de Matrix Reloaded (2003), e outra à noite, enclausurados em catacumbas nos subterrâneos de Budapeste, deixando o espectador tão confuso que pouco importa, no final, quem está de fato lutando contra quem – mas logo se dão conta de que, tendo tanto em comum, melhor é partirem para a conversa.
Um questiona a própria mortalidade, o outro duvida de sua existência. Perguntam a si mesmos sobre seus propósitos, e como podem fazer a vida do outro melhor – um corrigindo os erros que cometeu, o outro procurando aprender com aquele mais experiente.
Parecia que seria apenas tiro, porrada e bomba, mas, na verdade, o que vemos é uma velha – e bastante desgastada – reunião familiar.
É difícil reconhecer o diretor do sensível O Segredo de Brokeback Mountain (2005) ou do mágico As Aventuras de Pi (2012) em Projeto Gemini. Esse é um filme mais dos seus produtores – entre eles, Jerry Bruckheimer, da saga Piratas do Caribe – e dos roteiristas David Benioff (X-Men Origens: Wolverine, 2009), Billy Ray (Jogos Vorazes, 2012) e Darren Lemke (Shazam, 2019).
Mas, acima de tudo, é reflexo da imagem acomodada que Will Smith há tempos tem se concentrado em difundir entre fãs e admiradores. Poderia ser mais um capítulo da saga Missão:
Impossível – e, por alguns momentos, chega a tangenciar as peripécias de Tom Cruise – mas é tudo tão milimetricamente calculado, que até mesmo essa autenticidade programada se perde.
Entre vilões maniqueístas e erros de continuidade, as reviravoltas vão se acumulando sem muito sentido, atrás apenas de emoções baratas que logo se evaporam.
O material reunido apontava para um caminho tortuoso. Ao ser tratado com tamanha displicência, a tragédia era mais do que anunciada.
E é exatamente o que acontece, sem espaço para qualquer originalidade, navegando quase que exclusivamente no âmbito da cópia e da reciclagem. Tanto na ficção como resultado de todos esses (parcos) esforços.