Filme Instinto

Filme Instinto

 

Filme Instinto, no filme Nicoline (Carice van Houten), uma psicóloga experiente, inicia um novo emprego em uma instituição penal, apesar de ter resolvido nunca mais voltar à psiquiatria.

Ela conhece Idris (Marwan Kenzari), um homem inteligente com um distúrbio de personalidade antissocial e narcisista, que cometeu uma série de crimes sexuais graves.

Após cinco anos de tratamento, ele está prestes a fazer sua primeira liberdade condicional desacompanhada.

16 de janeiro de 2020 No cinema / 1h 48min / Drama, Suspense
Direção: Halina Reijn
Roteiro Halina Reijn
Elenco: Carice van Houten, Marwan Kenzari, Ariane Schluter
Título original Instinct

 

SINOPSE E CRÍTICA – FILME INSTINTO

A psicóloga Nicoline começa a trabalhar numa instituição penal. Lá ela conhece Idris, homem inteligente com um distúrbio de personalidade antissocial e narcisista, que cometeu vários crimes sexuais graves.

Após cinco anos de tratamento, ele está prestes a ter sua primeira liberdade condicional desacompanhada.

Este filme se aventura por um limite tão eticamente delicado quanto a sua personagem principal, Nicoline (Carice van Houten). Quando a psicóloga começa a trabalhar numa prisão holandesa, ela imediatamente admira Idris (Marwan Kenzari) no palco com os detentos.
A protagonista descobre que se trata de um estuprador em série, desprovido de remorso por seus atos. Mesmo assim, não consegue impedir a fascinação pelo homem de aparência gentil, e um tanto manipulador em suas falas.

INSTINTO FILME

O Instinto filme estaria sugerindo uma bela história de amor entre uma mulher frágil e um psicopata? Ele romantizaria o suposto fetiche feminino pelo estupro? Ou estaria redimindo o criminoso através do amor?
Existem diversas maneiras pelas quais esta premissa poderia levar a caminhos contestáveis. Mesmo assim, a diretora Halina Reijn consegue evitá-los, um a um.
Filme Instinto

Talvez os paralelos com Elle (2016) sejam inevitáveis, com a diferença que, no filme de Verhoeven, a protagonista (Isabelle Huppert) era estuprada inicialmente, para depois desejar a proximidade mórbida com o agressor.

Outros filmes perversos estrelados por Huppert vêm à mente, a exemplo de A Professora de Piano (2001) – vide a dificuldade amorosa de Nicoline, e o fato de ainda dormir na cama com a mãe idosa e nua, de conchinha.

INSTINTO FILME

Existe uma relação doentia da protagonista holandesa com o desejo sexual e com seu próprio corpo, algo que bebe no estilo perturbador de Haneke.

O desejo (sexual) de se expor ao perigo aproxima a psicóloga do protagonista de Um Estranho no Lago (2013), que também buscava o contato com um criminoso potencialmente assassino como forma de autodescoberta.

As pulsões de vida e de morte se misturam de maneira fascinante em ambos os projetos.

Instinto possui semelhanças com alguns dos melhores suspenses psicológicos do cinema recente, no entanto, ainda possui originalidade e um olhar próprio – até por ter sido dirigido e roteirizado por mulheres, ao contrário dos demais projetos citados acima.

Primeiro, Reijn toma a precaução de situar a trama apenas no ponto de vista de Nicoline. Ignoramos o que Idris e os gentis colegas da prisão pensam sobre ela de fato.

O projeto não deseja desenvolver a redenção do estuprador, e sim compreender que mecanismos permitem a atração da mulher por este indivíduo.

FILME INSTINTO

Por isso, passa tempo considerável desenvolvendo a relação da protagonista com o próprio corpo, com seus fetiches, as roupas que veste, o que come nas refeições, o estado de seu apartamento.

Ela é descrita ao mesmo tempo por sua eficiência profissional (vide a cena de abertura) e pelo desleixo com a comida e a limpeza em casa.

Filme Instinto

O roteiro faz questão de desenhar uma figura ambígua, multifacetada, que Carice van Houten interpreta muitíssimo bem – é difícil separar em cada cena o desejo, o asco e o medo por Idris, embora todos os três convivam em igual medida dentro dela.

Ao contrário do estilo considerado perverso nos filmes de Verhoeven e Haneke, a diretora permite que sua trama chegue cada vez mais perto do realismo fantástico.

Partindo de um naturalismo rígido, Instinto começa a abraçar cenas improváveis, extremas (o encontro no pátio vazio, o diálogo perto do coelho, a caminhada sobre a areia), que soam extraídas de um sonho.

FILME INSTINTO

Ao final da trama, o espectador não terá conhecido a verdade dos fatos, apenas a verdade de Nicoline, pelos olhos dela.

Talvez muitos dos momentos experimentados ao lado do detento não passem de fantasmas, delírios de uma mulher problemática, projetados em todos os personagens ao redor – a mãe, a melhor amiga, a jovem estagiária, o professor de educação física.

O improvável dia em que a terapeuta e o paciente se vestem com a mesma roupa, e a inverossímil mensagem da mãe pós-clímax permitem a leitura fantástica.

Reijn desenvolve o princípio da gradação – os conflitos se repetem, se acentuam, até uma inevitável explosão – com uma elegância distinta da frieza.

O enquadramento em scope é utilizado para espremer Nicoline nos cantos da imagem e mostrar sua inadequação dentro de um espaço maior.

As trocas de olhares através da janela – tanto da protagonista quanto de Iris – sugerem o voyeurismo e o desejo inalcançável, enquanto um simples cômodo com as cortinas fechadas serve bem enquanto metáfora do que ambos os personagens escondem.

Felizmente, Instinto é o tipo de filme que fornece mais perguntas do que respostas. Sugere-se que a violência faça parte de qualquer aprendizado social, que a agressividade seja um caminho a enfrentar por qualquer mulher que se imponha num ambiente machista, e principalmente, desenha-se um cuidadoso jogo de gato e rato no qual fica difícil determinar quem está manipulando quem, entre Nicoline e Idris.

Ela detém o poder por estar livre, e por conduzir as sessões. Ele, no entanto, possui a confiança dos demais funcionários a ponto de ganhar liberdades preciosas para agir como deseja.

Filme Instinto

A conclusão se atém ao rosto dela, num momento de intensidade física e psicológica extrema. O filme se interrompe apenas quando ela deseja sair do enquadramento e abandonar o cômodo.

Existe uma forma de respeito nesses enquadramentos, nesta relação com o corpo que jamais expõe a nudez dela, não a julga pelos fetiches nem a considera inferior a qualquer outro funcionário devido à postura distinta. “Ele é o detento que mais coopera, não existe motivos para se preocupar com Idris”, afirmam todos os colegas, contra a opinião isolada da nova terapeuta, crente em um perigo invisível aos olhares alheios.

O espectador, então, é colocado na posição incômoda de testemunha silenciosa: apenas nós sabemos exatamente o que acontece com esta mulher ao se aproximar do homem “recuperado”.

As noções de sociabilidade e de reinserção social são questionadas com uma inteligência ímpar pelo suspense que se recusa a enxergar a mulher tanto na posição de vítima quanto na posição de heroína.

Sobre Moisés Oliveira

Especialista em Marketing Digital, acompanha tendências e oportunidades de Comunicação Integrada. Responsável pela estratégia online e performance de anunciantes em diferentes segmentos, sua atuação em agências de publicidade e veículos de comunicação agrega valor à carreira iniciada na Administração.

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