Filme 1917

Filme 1917

Assista ao filme 1917, Os cabos Schofield (George MacKay) e Blake (Dean-Charles Chapman) são jovens soldados britânicos durante a Primeira Guerra Mundial.

Quando eles são encarregados de uma missão aparentemente impossível, os dois precisam atravessar território inimigo, lutando contra o tempo, para entregar uma mensagem que pode salvar cerca de 1600 colegas de batalhão.

23 de janeiro de 2020 / 1h 59min / Drama, Histórico, Guerra
Direção: Sam Mendes
Elenco: George MacKay, Dean-Charles Chapman, Mark Strong
Nacionalidades: Britânica, EUA

Link do filme: 1917

Filme 1917

 

CRÍTICA E SINOPSE

Dois jovens soldados descansam tranquilamente. O enquadramento neles é fechado. O que sobrevém ao chamado do encarregado do batalhão, com a câmera acompanhando frontalmente o deslocamento de ambos em direção a uma missão tão difícil quanto fundamental, é um forte indício do primor não apenas técnico, mas também da encenação orquestrada por Sam Mendes.

Gradativamente, a guerra vai preenchendo o quadro, aumentando a dramaticidade desses passos por entre corpos cansados e/ou feridos e toda sorte de artefatos que denotam a vigília do exército inglês na Primeira Guerra Mundial.

E desde esse começo acachapante o trabalho do diretor de fotografia Roger Deakins o coloca numa posição de tal forma imprescindível que se poderia aponta-lo como coautor do todo.

Filme 1917

O falseamento do plano-sequência único – na realidade o filme é composto de várias tomadas extensas, justapostas ao ponto de tornar suas costuras praticamente invisíveis – não serve a intentos meramente estéticos ou exibicionistas. Ela é vital para aderirmos àquelas situações.

Filme 1917

Sam Mendes não sinaliza o tempo como único elemento conferindo urgência ao longa-metragem. Claro que o prazo curto a ser cumprido faz da jornada ainda mais complexa e pedregosa, porém a tensão maior é concentrada nos efeitos hostis da própria guerra.

Não à toa, em vários instantes, o realizador faz questão de focalizar os pés enlameados dos homens cuja função é atravessar o campo inimigo para, vencendo as probabilidades contrárias, avisar um grupamento da emboscada que pode vitima-la integralmente.

Eles lutam incessantemente contra o terreno esburacado pelas bombas, repleto de corpos putrefatos, arames farpados e armadilhas variadas, ou seja, patinam nas decorrências do embate entre britânicos e alemães.

Filme 1917

O design de produção a cargo de Dennis Gassner é de uma excepcionalidade admirável. A acuradíssima direção de arte se encarrega de conferir verossimilhança a esses obstáculos que se colocam diante dos cabos e de seus aliados.

Dos dois, Blake (Dean-Charles Chapman) é o motivado por atos heroicos, o que intenta obter medalhas para orgulhar a família.

Já seu colega, Schofield (George MacKay), é um sujeito essencialmente pragmático, descrente quanto à primazia da coragem cega no turbulento campo de batalha.

O companheirismo surge equilibrado entre a intensidade e a sobriedade no bailado hipnótico que a câmera de Roger Deakins ambienta nas paisagens ora devastadas, ora verdejantes como rápidas ofertas de contrapontos.

A partir de determinado estágio em diante, a missão dos combatentes ganha novas conotações. Por força de uma tragédia, não é somente necessário garantir a salvaguarda de quase 2000 incautos que acreditam piamente na inteligência do plano, pois a isso se acresce levar más notícias a um ente querido.

Filme 1917

Essa laceração acaba aumentado a natureza pesarosa da jornada insalubre e inglória. Em 1917 a guerra é intermitentemente vista como um inferno.

Alguns instantes enfraquecem 1917, sobretudo as coincidências ligeiramente forçadas, como o avião caindo exatamente no quadrante dos incumbidos e a ajuda pontual a uma criança que precisa de leite para sobreviver à constância da barbárie nas cercanias.

Todavia, esses pequenos escorregões não chegam a arranhar a experiência potente de acompanhar os jovens abraçando veementemente uma tarefa praticamente impossível, protagonizando um périplo orientado por uma leitura absolutamente amarga das torpes engrenagens dos conflitos bélicos.

Vemos oficiais caindo copiosamente no choro, sujeitos cegados momentaneamente pela adrenalina da batalha e as ações sustentadas a fim de valorizar a sobrevivência.

Filme 1917

Sam Mendes não se detém na relação entre comandantes relativamente protegidos pela estrutura militar e soldados vulneráveis em campo aberto por conta da hierarquia. Porém, nos é facultado observar as consequências disso nas entrelinhas.

Filme 1917

Noutra vez que incursionou pela guerra, em Soldado Anônimo (2005), Sam Mendes buscou referências estilísticas em Nascido Para Matar (1987), assim estabelecendo uma ponte entre as guerras do Golfo e do Vietnã.

Filme 1917

Com 1917, ele novamente parece reverenciar seu colega e compatriota Stanley Kubrick, mas desta vez fazendo alusão à Glória Feita de Sangue (1957), então, reportando-se igualmente à Primeira Guerra Mundial, período pouco abordado pelo cinema.

Do clássico dos anos 50 do século passado, seu novo filme resgata a expressividade dos trajetos dramáticos pelas trincheiras, a sinuosidade desses corredores exíguos que comportam boa parte da calamidade abatida sobre homens comuns instados a defender posturas geopolíticas com suas próprias vidas.

Em meio a esse verdadeiro tour de force, Mendes sabe exatamente quando migrar do íntimo ao grandiloquente, com a maestria que lhe é contumaz, propondo bem mais que um mero espetáculo.

Sobre Moisés Oliveira

Especialista em Marketing Digital, acompanha tendências e oportunidades de Comunicação Integrada. Responsável pela estratégia online e performance de anunciantes em diferentes segmentos, sua atuação em agências de publicidade e veículos de comunicação agrega valor à carreira iniciada na Administração.

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