FILME JOHN WICK – UM NOVO DIA PARA MATAR
Filme John Wick Um Novo Dia Para Matar, com Keanu Reeves, no filme após recuperar seu carro, John Wick (Keanu Reeves) acredita que enfim poderá se aposentar.
Entretanto, a reaparição de Santino D’Antonio (Riccardo Scarmacio) atrapalha seus planos. Dono de uma promissória em nome de Wick, por ele usada para deixar o posto de assassino profissional da Alta Cúpula, Santino cobra a dívida existente e insiste para que ele mate sua própria irmã, Gianna (Claudia Gerini).
Link do vídeo: JOHN WICK: UM NOVO DIA PARA MATAR
Data de lançamento: 16 de fevereiro de 2017 (2h 03min)
Direção: Chad Stahelski
Elenco: Keanu Reeves, Common, Laurence Fishburne mais
Gênero: Ação
Nacionalidade:EUA
CRÍTICA E SINOPSE
Keanu Reeves sempre foi um ator que dava a entender ao público não ter uma das relações mais tranquilas com as exigências e pressões de Hollywood – ele não é, nem nunca foi, um George Clooney ou um Tom Hanks, por exemplo.
Ele nunca encarou tranquilamente o status de ídolo adolescente adquirido após o sucesso de Caçadores de Emoção (1991) e seu maior acerto, até hoje, deveu-se a uma questão de sorte – Will Smith, o primeiro a ser convidado, recusou a proposta de ser o protagonista da trilogia Matrix, abrindo espaço para que Reeves entrasse no seu lugar.
Após o frustrante remake de O Dia em que a Terra Parou (2008) e a decepcionante estreia como diretor em O Homem do Tai Chi (2013), eis que o destino mais uma vez parece ter lhe sorrido, quando colocou as mãos no personagem John Wick, pela primeira vez levado às telas no surpreendente De Volta ao Jogo (2014).
A se lamentar, no entanto, apenas que este tom acertado não tenha se mantido na sequência John Wick: Um Novo Dia para Matar, filme que repete os acertos do anterior, porém em maior escala, incorrendo insistentemente no exagero e deixando de lado qualquer possibilidade de sutileza.
Aliás, esta parece, mesmo, ser a sina de Reeves: sempre que um filme que estrela dá certo, pode-se apostar que as inevitáveis continuações irão ficar longe – ou melhor, muito aquém – do esperado.
Foi assim com Bill & Ted: Uma Aventura Fantástica (1989), e todo mundo sabe o que aconteceu com as sequências de Matrix (1999).
E se ele foi esperto em ficar de fora de Velocidade Máxima 2 (1997), tal perspicácia não lhe ocorreu dessa vez. E muito se deve pelo fato de que ele é John Wick – substituí-lo, portanto, ainda não impossível, seria, no mínimo, improvável. Mas o que fez de De Volta ao Jogo um acerto tão certeiro?
A total falta de expectativas a respeito, provavelmente. Ninguém esperava que Reeves fosse capaz de entregar um novo sucesso, ainda mais um baseado em um dos mais gastos clichês cinematográficos – o do assassino profissional já aposentado que é obrigado a voltar à ativa. Mas, assim como os planetas que se alinham perfeitamente uma vez a cada geração, assim deu certo o projeto.
Porém, John Wick: Um Novo Dia Para Matar chega às telas em uma situação totalmente oposta: aposta-se muito neste segundo capítulo. E, talvez na tentativa de se manter à altura, ultrapassou-se os limites, entregando algo que, pelo excesso, acaba reduzido ao genérico que o seu anterior, tão sabiamente, soube evitar.
Chad Stahelski, que dirigiu apenas estes dois filmes da série em sua curta carreira como realizador, passou anos trabalhando como assistente de direção ou coordenador de dublês em títulos como Jogos Vorazes (2012) e Capitão América: Guerra Civil (2016), entre outros tantos.
Ou seja, experiência não lhe falta. E o próprio John Wick é um personagem interessante. Capaz de provocar calafrios em seus inimigos pela simples menção de seu nome, é um assassino impiedoso e friamente detalhista, que não incorre em erros e possui uma mira pra lá de certeira.
Quando ele coloca alguém em sua lista negra, apenas a morte o infeliz terá como destino. Casado e há anos afastado do estilo de vida que o havia consumido por grande parte de sua vida, ele é obrigado a partir mais uma vez para a ação após ter sua intimidade invadida.
O motivo inusitado – a morte de seu cachorro de estimação – oferecia um charme a mais a uma trama que conseguia habilmente prender a atenção do espectador ao desvendar um universo tão absurdo quanto hipnotizante: um hotel de segurança máxima apenas para bandidos, leis válidas apenas nesse submundo e uma hierarquia de poderes impossíveis de serem desrespeitadas.
Isso tudo está de volta em Um Novo Dia para Matar. Qual a novidade, portanto? A falta de originalidade, infelizmente.
John Wick, dessa vez, não precisa se preparar: ele já está pronto. E quem o obriga a usar mais uma vez suas habilidades é um mafioso italiano (Riccardo Scamarcio), que surge cobrando uma dívida de sangue: ele quer que Wick mate sua própria irmã para que, assim, possa ser alçado nos negócios familiares à condição de chefão absoluto.
Tarefa solicitada é missão cumprida, ainda que a contragosto. O problema é que cada ato neste sentido desencadeia uma série de outros pormenores – não só os seguranças da vítima passam a persegui-lo, como também aquele que o contratou, que precisa justificar publicamente uma falsa tentativa de vingança.
Neste ínterim, somos colocados a par de outros níveis da organização criminosa pelo mundo – na Itália, ninguém melhor do que Franco Nero para ser seu rosto mais confiável – e suas repercussões nos Estados Unidos.
É uma técnica recorrente em produções similares: aumenta-se exponencialmente a ação, ainda que, diante uma análise mais crítica, a mesma não resista a um escrutínio detalhado.
Keanu Reeves se esforça, mesmo com mais de 50 anos de idade, para mostrar uma vitalidade e um vigor que causariam inveja a Brad Pitt e Tom Cruise, por exemplo. O que lhe falta, no entanto, é um argumento que justifique tantas peripécias em vão.