Filme Colette
Assista ao filme Colette (Keira Knightley) é uma romancista francesa que sofre com o seu casamento abusivo e com o seu parceiro que tenta ganhar créditos em cima de suas obras de maneira ilegal.
Para superá-lo, ela emerge como uma grande escritora no seu país e, consequentemente, como uma candidata para o Prêmio Nobel em Literatura.
Link do vídeo: Colette
Data de lançamento: 13 de dezembro de 2018 (1h 51min)
Criador(es): Wash Westmoreland
Elenco: Keira Knightley, Dominic West, Eleanor Tomlinson mais
Gêneros: Drama, Biografia
Nacionalidades: EUA, Reino Unido
SINOPSE E CRÍTICA
É mais que oportuno e bem-vindo o resgate atual da história de Sidonie Gabrielle Colette. Como tantas outras mulheres, essa romancista francesa teve o talento usurpado publicamente pelo marido.
Em certa altura da trama, Willy (Dominic West) afirma que “a História é contada pela caneta de quem escreve”, destilando um cinismo que a sociedade lhe garante como homem.
Ele é um sujeito do mundo literário, que contrata ghostwriters para fazer o trabalho pesado enquanto gasta os parcos lucros nos salões requintados de Paris, aposta em cavalos e exibe uma imagem de artista bem-sucedido, não condizente com a dura realidade.
Todavia, a protagonista de Colette é a sua esposa interpretada por Keira Knightley, desenhada desde o princípio como ferozmente despojada de preconcepções.
Sendo um espírito livre, tanto que não se furta de escapar das vistas paternas para se entregar furtivamente ao desejo pelo charmoso homem das letras.
O clandestino vira oficial com o casamento, e os problemas não tardam a aparecer, a começar pela pronta infidelidade.
Colette se atém às vicissitudes de um casamento marcado por pequenas crises, dissimulações e manipulações.
Willy é um sujeito absolutamente sedutor, que enreda Colette numa teia de promessas até sugerir, durante um período de crise financeira, que ela própria pegue a caneta tinteiro para criar narrativas fantasiosas que os possam sustentar.
O cineasta Wash Westmoreland sublinha a hipocrisia desse discurso conveniente, relativo à imagem masculina como algo estritamente necessário ao sucesso comercial.
Repetidas vezes durante os séculos mulheres tiveram sua genialidade notoriamente transferida a cônjuges e/ou a parceiros profissionais armados com essa desculpa.
O grande acerto desta produção é mostrar que mesmo uma fêmea geniosa e forte não tinha força o bastante para envergar as convenções a favor da estrita verdade. Keira Knightley cria alguém de personalidade marcante, mas que ainda assim sucumbe ao jugo sórdido do marido pulha.