Filme A Pé Ele Não Vai Longe
Assista ao filme A Pé Ele Não Vai Longe, John Callahan (Joaquin Phoenix) é um homem conturbado que, bêbado, bate de carro e sofre um grave acidente.
Tetraplégico, ele transforma sua vida, tornando-se um dos cartunistas mais improváveis, ácidos e perseverantes do mundo, usando as limitações físicas para desenvolver uma carreira artística com a ajuda de sua namorada e de um simpático padrinho.
Link do vídeo: A Pé Ele Não Vai Longe
Data de lançamento: 27 de dezembro de 2018 (1h 53min)
Criador(es): Gus Van Sant
Elenco: Joaquin Phoenix, Jonah Hill, Rooney Mara mais
Gêneros: Drama, Biografia
Nacionalidade: EUA
CRÍTICA E SINOPSE
Se há um artista desta geração que dificilmente decepciona é Joaquin Phoenix. Chamado de maluco muitas vezes por colegas e diretores, devido à sua imersão nos personagens que interpreta, o ator tem uma filmografia, no mínimo, respeitável.
Seja com o solitário apaixonado por uma voz em Ela (2013), o seguidor fiel de O Mestre (2012), o imperador maligno de Gladiador (2001) ou com o real Johnny Cash de Johnny & June (2005), Phoenix tem uma coleção de interpretações densas de personas multifacetadas, tanto em projetos independentes quanto em blockbusters.
Não à toa foi escolhido como o próximo Coringa do Universo DC.
E aqui, em A Pé Ele Não Vai Longe, o ator mostra, mais uma vez, sua poderosa presença de cena. Agora, sob a direção de um cineasta nada ortodoxo como Gus Van Sant.
Neste filme ele é John Callahan, homem que se torna cartunista após ficar tetraplégico em decorrência de um acidente em certo dia de bebedeira.
Frequentador dos Alcoólatras Anônimos, Callahan consegue desenhar com as duas mãos após recuperar o uso parcial da parte superior do próprio corpo.
E suas charges e tiras não são de qualquer tema. Ele trata, especialmente, de deficiências e doenças.
Isso com muito humor negro, o que atiça a comunidade conservadora, ao mesmo tempo em que ganha o respeito e a admiração de outros que lidam com problemas parecidos.
Essa figura fascinante e tão complexa ganha corpo no filme.
Van Sant parece que não sabe lidar com uma cinebiografia tão quadradinha ou levemente fora do convencional, como já havia realizado com o excelente Milk: A Voz da Igualdade (2008).
Desta vez, o cineasta opta por uma narrativa fragmentada, que mistura flashbacks de Callahan com seu tratamento de 12 passos para a sobriedade.
Talvez, justamente por tentar fugir ao óbvio, mas ainda dentro de um molde, o diretor acaba criando certo distanciamento do retratado, quase o prejudicando.
Por outro lado, o filme assume uma postura um tanto neutra quanto a defender ou a “acusar” o cartunista. De gênio a frustrado, de grosseiro a encantador, Callahan é tudo e mais um pouco.
O realizador deixa a cargo do público a decisão do que pensar sobre essa figura.