FILME VELOZES E FURIOSOS 8
Filme Velozes e Furiosos 8, Dom (Vin Diesel) e Letty (Michelle Rodriguez) estão curtindo a lua de mel em Havana, mas a súbita aparição de Cipher (Charlize Theron) atrapalha os planos do casal.
Ela logo arma um plano para chantagear Dom, de forma que ele traia seus amigos e passe a ajudá-la a obter ogivas nucleares. Tal situação faz com Letty reúna os velhos amigos, que agora precisam enfrentar Cipher e, consequentemente, Dom.
Lançamento: 13 de abril de 2017 / 2h 16min / Ação, Suspense
Direção: F. Gary Gray
Roteiro: Chris Morgan
Elenco: Vin Diesel, Dwayne Johnson, Jason Statham
Título original: The Fate of the Furious
Críticas – Filme Velozes e Furiosos 8
Ao contrário de grande parte das franquias cinematográficas, que geralmente começam muito bem e vão decaindo uma sequência após a outra, em Velozes e Furiosos o processo parece estar se dando de forma inversa.
O original Velozes e Furiosos (2001), lançado 16 anos atrás, foi ok, mas nada surpreendente – a ponto de um dos protagonistas, Vin Diesel, abandonar a continuação imediata +Velozes + Furiosos (2003), e o outro, Paul Walker, se juntar a ele fora das telas no terceiro Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio (2006).
A turma só voltou a engrenar, de vez, em Velozes e Furiosos 5: Operação Rio (2011) – filmado em parte no Brasil – e chegou ao seu ápice em Velozes e Furiosos 7 (2015), o primeiro lançado após a morte de Walker – que faleceu em um acidente de trânsito na vida real.
Se o mais bem-sucedido nas bilheterias até então havia sido Velozes e Furiosos 6 (2013), com US$ 788,7 milhões arrecadados no mundo todo, o sétimo episódio simplesmente dobrou esta cifra, com um montante de mais de US$ 1,5 bilhão!
É diante deste cenário, portanto, que Velozes e Furiosos 8 chega às telas, com as expectativas mais altas do que nunca, e sem o apelo emocional da ausência de um dos seus principais astros para se apoiar.
Filme Velozes e Furiosos 8
O mais surpreendente, no entanto, é que ao invés de se preocuparem com isso, os envolvidos apostaram de vez no “mais e melhor”, e entregam um dos capítulos mais divertidos de toda a saga.
Ainda que o maior chamariz para o público sejam seus carros fantásticos envolvidos em peripécias inacreditáveis – e essas estão de novo presentes, talvez mais alucinantes do que nunca – Velozes e Furiosos é uma série esperta o suficiente para não se sustentar apenas no charme das máquinas, mas também no carisma daqueles que estão nos volantes.
É o conceito de “família”, tão propagado em seus discursos e em suas tramas, que envolve a história. Lá no começo, Dom (Diesel) e Brian (Walker) se aproximam porque o segundo é um policial infiltrado atrás do fora-da-lei especialista em fugas sob quatro rodas, mas permanecem juntos porque o jovem oficial acaba se apaixonado pela irmã do bandido.
Ou seja, uma vez inimigos, passam a ser quase irmãos. Um deles pode não estar mais em cena, mas a confraria que se formou também com as presenças de Letty (Michelle Rodriguez), Tej (Ludacris), Roman (Tyrese Gibson), Hobbs (Dwayne Johnson) e até mesmo Deckard (Jason Statham) parece estar mais sólida do que nunca.
E é por isso que os fãs seguirão atentos ao que lhes acontece. Afinal, desta vez o perigo não virá de fora, e, sim, de dentro do próprio grupo.
Filme Velozes e Furiosos 8
Sem maiores mistérios, será Dom que irá virar as costas aos amigos, passando a agir sob o comando da vilã cibernética Cipher (Charlize Theron, cada vez mais linda e competente, abraçando de vez os filmes de ação, após sua participação hipnotizante em Mad Max: Estrada da Fúria, 2015).
Nesta situação, o Sr. Ninguém (Kurt Russell) volta ao encalço dos demais, agora acompanhado de um novato (Scott Eastwood), para reunir a turma e colocá-la atrás dos dois.
As missões que assumem são hiperbólicas – impedir bombas atômicas, desfigurar ogivas nucleares, impedir ataques à submarinos militares do tempo da Guerra Fria, ou seja… salvar o mundo – mas possuem, em resumo, um único objetivo: descobrir o que levou Dom a agir desse modo e como trazê-lo de volta ao “lado bom da força”, digamos.
E entre um exército de carros guiados à distância em pleno centro de Nova Iorque (a ‘caravana zumbi’, como chamam) e uma perseguição de tirar o fôlego em lagos congelados da Sibéria, resta a pergunta: quem precisa de super-heróis ou agentes secretos quando esses malucos são capazes de tudo isso junto, e ainda mais?
É interessante perceber, também, como a dinâmica entre eles se dá. Dwayne Johnson assume com tranquilidade o co-protagonismo da trama, e suas rusgas com Jason Statham são hilárias. Tyrese e Ludacris também atendem pelo lado cômico – com o primeiro exagerando um pouco – enquanto que Michelle e Diesel seguram bem as pontas como par romântico (quem diria, não?).
Charlize Theron é a pior inimiga que já enfrentaram, e se vê no olho dela toda a loucura de uma mulher capaz de tudo. Scott continua distante de um dia alcançar os méritos do pai, mas parece estar no caminho do estrelato.
Filme Velozes e Furiosos 8
Da mesma forma, poucos parecem se divertir mais do que Kurt Russell, um ator que literalmente se reinventou neste novo século.
E se família é mesmo importante, como não abrir um sorriso de rosto inteiro diante da versão britânica formada por Statham, Luke Evans (sim, ele está vivo!) e a mãe dos dois, ninguém menos do que… Helen Mirren! Se tanta explosão, tiroteio, carros pegando fogo e mísseis teleguiados chegam a ser anestesiantes, apenas pelo elenco reunido tamanha bobagem já acaba compensando.
Chegando agora na série, o diretor F. Gary Gray cumpre o esperado sem desapontar, ao mesmo tempo em que não se preocupa em reinventar a roda.
Ele já havia trabalhado, no início de sua carreira, tanto com Vin Diesel (O Vingador, 2003), como com Charlize Theron (Uma Saída de Mestre, 2003) e com Dwayne Johnson (Be Cool: O Outro Nome do Jogo, 2005).
Filme Velozes e Furiosos 8
Íntimo dos seus atores principais e tranquilo na posição de quem acabou de entregar um sucesso inesperado (Straight Outta Compton: A História do N. W. A., 2015), ele dá a impressão de ter se preocupado apenas em abrir o caminho para que cada um fizesse o seu melhor – e estes, quando reunidos, são do tipo, óbvio, ninguém segura.
Velozes e Furiosos 8 pode não ser a melhor ou mais memorável das aventuras de Dominic Toretto – e nem pretende ser, uma vez que tanto Velozes e Furiosos 9 (2019) quanto Velozes e Furiosos 10 (2021) já estão confirmados! – mas é uma continuação honesta e competente, que diverte na medida certa e entrega exatamente o que promete: adrenalina, reviravoltas e emoção. Tão passageira quanto uma corrida de automóveis, mas ainda assim não menos eletrizante.