Filme Dolittle
Filme Dolittle com Robert Downey Jr, o Doutor Dolittle é um físico muito competente, ele vive e cuida de vários animais e afirma que consegue até se comunicar através de palavras com eles.
Data de lançamento: 20 de fevereiro de 2020
Direção: Stephen Gaghan
Elenco: Robert Downey Jr., Jessie Buckley, Antonio Banderas mais
Gêneros: Comédia , Família
Nacionalidade: EUA
Filme Dolittle
Para aqueles que se surpreenderam com a presença do astro da Marvel, Robert Downey Jr, no novo filme “Dolittle” e para os fãs da trama do doutor que conversa com animais, uma nova história tem rodado a internet.
Tudo começou com uma publicação no Reddit, feita supostamente por uma fonte dos bastidores da produção do longa.
A fonte afirma que a produção teria passado por inúmeros transtornos para a efetivação do filme.
As declarações, que podem ser vistas em diversas redes sociais, expõem o diretor Stephen Gaghan, afirmando que o que teria causado sua demissão seria a forma como ele lidava com a sua equipe, que teve que enfrentar complicações técnicos e agressões verbais.
O temperamento do diretor foi uma das principais queixas, o que acarretava em um ambiente carregado.
Sinopse e Críticas
Entre todas as maneiras possíveis de se atualizar o conceito do Doutor Dolittle ao cinema de 2020, este filme adota provavelmente o caminho mais vago: agora, o protagonista é reduzido a um sujeito que fala com animais.
Aparentemente, se trata de um grande médico, que abandona o tratamento com humanos para se dedicar aos bichos.
Até o dia em que a Rainha da Inglaterra sofre de uma doença incurável, e decide chamar justamente o veterinário para socorrê-la.
Algumas cenas mais tarde, Dolittle (Robert Downey Jr.) efetua sessões de psicanálise com leões, cujas queixas incluem a dificuldade de agradar a mãe ou de encontrar sua coragem.
Se o personagem de Eddie Murphy também transitava entre a medicina e a veterinária, agora o profissional da saúde age como terapeuta e explorador.
Ele possui um pouco de Sherlock Holmes e de super-herói em suas façanhas (dois tipos de personagens previamente interpretados pelo ator), numa síntese curiosa de figuras heroicas do cinema de aventura.
No entanto, era preciso que o herói possuísse alguma densidade psicológica, portanto os roteiristas Stephen Gaghan, Dan Gregor, Doug Mand e Chris McKay (sim, este texto foi escrito a oito mãos) adotam o caminho mais básico do manual do cinema familiar: matar algum membro da família do protagonista.
Filme Dolittle
Para os grandes estúdios de filmes infantis, o personagem ideal é a vítima da perda dos pais, filhos ou esposa. Chega a ser sádico o recurso sistemático à simpatia do espectador por meio da morte, além de se tornar acessória a facilidade com que se recorre ao luto nas narrativas.
Quer uma princesa interessante? Mate os pais dela. Um herói motivado? Mate a esposa dele. Por mais importante que seja discorrer sobre esta dor universal – a perda de um ente amado -, seria fundamental os roteiristas encontrarem outras maneiras de acrescentar profundidade às narrativas.
Em paralelo, as produções precisam buscar outra motivação aos heróis que não sejam dores pessoais – Dolittle age por vingança e pela tristeza de perder a esposa, não por amor aos animais ou à Rainha da Inglaterra, ou apenas por acreditar ser o melhor caminho à sociedade em que vive.
Traumas à parte, Dolittle (2020) poderia funcionar dentro do subgênero da “aventura com animais falantes”, com o pequeno acréscimo das características invertidas: ursos tradicionalmente fortes se tornam covardes, leões tradicionalmente destemidos se revelam felinos frágeis, enquanto libélulas e papagaios são feras guerreiras.
Filme Dolittle
Seria um menu magro em termos de desconstrução de estereótipos, mas poderia gerar um humor infantil simples, disposto a brincar com expectativas.
Os efeitos especiais são competentes na criação dos animais computadorizados, e a galeria de vozes originais conta com atores incrivelmente talentosos:
Emma Thompson, Octavia Spencer, Tom Holland, Rami Malek e Ralph Fiennes são alguns dos grandes nomes a encarnarem os ajudantes de Dolittle.
Seria tentador, portanto, resumir a jornada do herói a um conflito simples: o médico/veterinário precisa buscar um medicamento para salvar a rainha da Inglaterra, e no caminho, descobre a sua força enquanto os animais resgatam a autoestima.
No entanto, o principal problema deste projeto se encontra no roteiro frágil, além de confuso. O texto é perito em criar problemas para oferecer a solução um minuto depois: enquanto fogem dos vilões, o ajudante Tommy (Harry Collett) percebe uma ponte onde poderia atravessar.
Filme Dolittle
A ponte está visivelmente quebrada, mas os personagens seguem por este caminho, apenas para descobrirem – surpresa – o buraco em plena travessia. Dolittle observa a Rainha enferma e decreta em questão de segundos a doença que tem, qual remédio precisaria, e em quanto tempo ele precisa ser tomado para evitar o óbito.
Tommy observa sua primeira cirurgia e declara à amiga/pretendente que este é seu destino, que precisa se tornar aprendiz, enquanto descobre que Dolittle corre o risco de perder a casa, e que se encontram em plena temporada de caça.
Todos os riscos são entregues pelo diálogo, despejados sem qualquer forma de preparação.
Os conflitos não provêm dos próprios personagens, e sim de fontes externas, com novos cenários e vilões acrescentados durante a jornada.
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