FILME AS GOLPISTAS
Filme As Golpistas, Ramona, Destiny e outras strippers de Nova York, cansadas dos abusos do trabalho, decidem virar o jogo e armam um plano para tirar vantagem dos seus clientes mais ricos.
Quando o esquema começa a dar certo, embarcam em uma onda de extravagância e glamour. Mas logo a ambição toma conta do grupo e ameaça as amizades, ao mesmo tempo em que a lei coloca o plano em risco.
Em entrevista concedida a Elizabeth (Julia Stiles), jornalista da New York Magazine, a ex-stripper Destiny (Constance Wu) conta em detalhes como conseguiu o emprego e conheceu Ramona (Jennifer Lopez), ícone do meio que logo se tornou sua grande amiga.
Devido à crise financeira que abalou Wall Street em 2008, Destiny e Ramona viram o declínio na quantidade de clientes na boate em que trabalham afetar sua própria rentabilidade.
Com isso, decidem elas mesmas iniciar um plano onde, juntamente com algumas amigas, vão atrás de homens em restaurantes para, após dopá-los, faturar em cima de seus cartões de crédito.
Data de lançamento 5 de dezembro de 2019 (1h 49min)
Direção: Lorene Scafaria
Elenco: Constance Wu, Jennifer Lopez, Julia Stiles mais
Gêneros: Biografia, Drama
Nacionalidade: EUA
Link do vídeo: As Golpistas
SINOPSE E CRÍTICA
No recente Poderia Me Perdoar? (2018), a autora Lee Israel deu a volta por cima ao contar em livro as desventuras de sua faceta como falsificadora, que lhe rendeu alguns meses de prisão domiciliar e cinco anos em liberdade condicional.
No filme estrelado por Melissa McCarthy, tal jornada era reflexo de como funciona o capitalismo norte-americano, no sentido de que mesmo a ilegalidade pode ser usada como trampolim para se atingir o sucesso financeiro, por vias legais. As Golpistas, longa dirigido por Lorene Scafaria, segue a mesma prerrogativa.
Baseado em artigo publicado pala revista New York Magazine, em dezembro de 2015, o longa acompanha a jornada da um tanto quanto ingênua Destiny – nome fictício, escolhido a dedo – em meio ao (quase) sempre efervescente mundo das strippers.
Badaladas e endeusadas graças às variadas apresentações sensuais no pole dance, elas faturam alto e se divertem um bocado graças aos novos ricos de Wall Street, que subitamente desaparecem quando explode a crise financeira de 2008.
Em tempos de vacas magras e concorrência vinda da Europa oriental, surge então a proposta de juntar a patota para pescar homens em restaurantes aqui e ali, sempre devidamente drogados de forma que possam ser extorquidos via cartão de crédito. Simples assim.
Mais do que trazer a jornada de tal artimanha, a diretora e roteirista Lorene Scafaria deseja também retratar o relacionamento existente entre Destiny e a jornalista que escreveu a matéria, interpretada por Julia Stiles.
Tal proposta pré-estabelece duas linhas temporais a serem acompanhadas pelo espectador, que de antemão sabe que aquela vida cheia de empolgação não irá terminar bem.
A grande questão, entretanto, não é propriamente os rumos que a história irá tomar, mas sim a forma como ela é retratada na telona.
Pelo universo em questão, é até mesmo óbvio que As Golpistas seja um filme que não só explore como também manipule a sensualidade de suas atrizes, em um cenário pra lá de fetichista que, estranhamente, foge do sexual. Explico.
Por mais que Constance Wu, Jennifer Lopez, Cardi B, Keke Palmer & cia estejam em plena forma física, exibindo seus corpos em variadas danças e/ou vestidos provocantes, a narrativa jamais vai além da sensualidade em si, como se todos os clientes fossem respeitosos o suficiente para não ultrapassar uma imaginária linha de conduta em busca de algo além do mero visual – o que, convenhamos, é difícil de acreditar ao se tratar de uma profissão que lida tão diretamente com o desejo carnal.
Ou seja, há em As Golpistas um certo tom amenizador, no sentido de pouco falar de questões sexuais que, inevitavelmente, tornariam a história mais pesada – e, conseqüentemente, também a classificação indicativa.